O Iron Maiden é um ótimo exemplo de branding fora do mainstream corporativo. Nada, obviamente, pensado previamente pelo gênio Steve Harris. As coisas foram acontecendo e, misteriosamente, encaixando-se. A banda pensada pelo fanático torcedor do West Ham era para ser uma produtora de ótimas canções (premium brand), dentro do chamado “New Wave of British Heavy Metal”, em meados dos anos 1970, início dos 1980. Basicamente isso. Em um contexto dominado pelo Punk (oceano vermelho), a banda posicionou-se ao lado no novo metal britânico, uma espécie de onda pós “zeppelin-purple-sabbath”, indo contra a maré até então vigente e, assim, desbravando um novo oceano. Pelo próprio posicionamento pretendido, a banda nasceu para liderar um novo movimento. Em paralelo, foi-se criando a atmosfera: nome, logo (com a sua tipografia inconfundível), slogan (Up the Irons!), símbolo (sim, ele, Eddie), escolha dos músicos à dedo pelo Sir. Harris, efeitos especiais e, atributos como história, lendas, mitos e mistérios incorporados às músicas, foram temperando a marca, moldando a sua personalidade. Canções cada vez melhores e mais impactantes reforçando o seu posicionamento foram fermentando o bolo e, como execução é 99% do negócio, a banda colocou os pés na estrada e saiu exalando a sua essência para todos os lados (até para o periférico Brasil, veio em 1985). O marketing da banda sacou, em tempo, o potencial que tinha em mãos, e arregaçou as mangas: mais e mais turnês, vídeos, álbuns, cerveja, camisetas, avião, biografia, documentário, website, redes sociais, Eddie em diferentes papeis, relações públicas, etc. Talvez seja o caso mais emblemático de branding no hard rock. O resultado: uma marca extremamente competente e adorada. Afinal, em última instância, não é para isso que o branding e o marketing existem? Pena que um dia, inevitavelmente, os músicos vão parar de tocar. Mas a marca ficará, por muito tempo, no imaginário das pessoas. Up The Irons!