O EU DA NARRATIVA

Citado no mais recente livro do Yuval Harari – Homo Deus – Daniel Kahneman é o célebre economista por detrás da teoria do eu da experiência versus o eu da narrativa.

Testada em ambientes controlados, ela nos mostra a diferença entre um eu que valoriza o tempo nas experiências históricas, e outro que estima a média das sensações extremas (a regra do “pico-fim”).

Isto significa que as nossas decisões são mais complexas do que parecem, em função dos conflitos inerentes entre ambas as visões. E, para complicar, invariavelmente é o eu da narrativa que leva vantagem.

Portanto, quem pensa que está optando por algo de forma exclusivamente racional, tem grandes chances de ter sido conduzido pelo lado mais interpretativo e subjetivo do cérebro, mesmo ser ter consciência de tal fenômeno. O campo da economia comportamental é imenso e Kahneman, sem dúvidas, é uma das referências no assunto.

Mas o que mais impressiona é que as barreiras conceituais por nós criadas são, no fundo, imaginativas, pois ciências aparentemente isoladas entre si – como psicologia, antropologia, sociologia, economia, filosofia, biologia, dentre outras – formam um grande emaranhado e o seu caldo serve, inclusive, de matéria-prima para a concepção, desenvolvimento e inovação de marcas.

Antes de tudo, os profissionais de branding e de marketing devem ter a disposição de beber em outras fontes, além da grade curricular e dos best-sellers de negócios.

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